Caros amigos, moderadores e administradores. Alguns devem ter percebido que ando meio sumido do fórum. Nos últimos dias tenho passado por uma fase difícil, um episódio que seria sumariamente apagado da minha vida se eu tivesse essa opção. Não exatamente da minha, mas sim da minha filha Maria Eduarda (Duda). Sou divorciado da mãe dela, moro na Bahia e elas no Rio, então vão entender melhor a minha angústia. Duda, no dia 1º de Abril do ano passado (parece brincadeira, mas foi sério) teve uma convulsão, em casa, pela manhã. Segundo a mãe, ouviu um barulho e ouviu o filho mais novo dela dizer ''duda caiu', ela estava tendo uma convulsão. Se tremia, olhos virados, queixo torcido, não babou como é comum nesses casos. Era a primeira vez, ela nunca tinha tido nada e nem ninguém das famílias (minha e da mãe). Mas o problema, foi que diferente do que se vê habitualmente, após a convulsão ela apresentou ''sequelas'', que depois de uns dias foram sumindo: ela não conseguia falar direito, não tinha equilíbrio para andar e segurar ou pegar objetos. A mãe correu com ela pra um hospital e depois de passar por uma emergência de um hospital, conseguiu a internação em outro, antes do fim do dia. Nesse mesmo dia, ainda teve outra convulsão, menos intensa. Mas foi a última ''convulsão'' mesmo desde então. No período em que ficou internada (6 dias) não teve nada além de uns ''desligamentos'' ou ''crises de ausência'', em que a pessoa ''desliga'' por alguns instantes, ex: você está conversando com ela e de repente ela para de falar e fica com o olhar perdido, mas volta depois de alguns segundos. E uma ou outra ''fantasia'' vê bichinhos, estrelinhas piscando e tal ou confunde alguém, tipo chama a mãe de avó. Esses sintomas sumiram completamente nesses dias em que ficou internada. Eu fui daqui de Porto pra lá pra ficar com ela. Pois o trabalho permitiu, estava tudo calmo e dava pra isso. Pouco mais de um ano se passou e no decorrer desse tempo ela só teve umas 5 ou seis ''ausências'', ainda assim nos primeiros meses próximos a convulsão pricipal. O diágnostico final do caso foi Epilepsia e ela vem fazendo acompanhamento médico desde então e tomará remédios anti-convulsivos por tempo indeterminado. Isso pode sumir com o tempo ou não, varia de pessoa para pessoa. Mas no último dia 7 de Maio (7/5/09),um ano e um mês depois, tudo mudou. Ela acordou bem, brincou pela manhã, agiu normalmente até que próximo do horário de ir pra escola a mãe percebeu que ela estava meio molinha, foi ver estava com febre baixa. No meio de tarde, 38 e um pouquinho e lá pra umas 5 da tarde estava em quase 40 quando ela teve uma nova convulsão. A febre por sí só, já pode ocasionar convulsão, mas no caso dela serve como mecanismo para disparar uma nova crise. Não demorou muito ela voltou a sí, falando quase normal se se movimentando com certa dificuldade, pois no geral as convulsões deixam a pessoa exausta, e não existe indicação (dizem) para toda vez que a pessoa tiver convulsão que a mesma seja encaminhada para um hospital. Mas como a febre alta e os sintomas de fala arrastada e dificuldade motora persistiram a mãe a levou para uma emergência. Verificado seu estado e devido a outra convulsão enquanto era examinada, e algumas ''ausências'' seguidas e ver coisas e ao quadro febril que ela apresentava optaram por pedir a internação dela, que acabou acontecendo só no dia seguinte, por falta de vagas nos hospitais. Conseguiu vaga num hospital vizinho ao que ela deu entrada. Está em Niterói-RJ, no Hospital Santa Cruz, no centro. A vaga conseguida era numa UTI, mas somente para poder ''entrar'' no hospital, logo no dia seguinte foi para um quarto. Mas as convulsões, ausências e visões persistiam, junto com a febre, que oscilava entre alta e baixa, ela aparentemente apresentava um ''quadro viral''. Mas os exames foram sendo feitos e novos sintomas apacerendo. Exames neurológicos, de sangue, de urina, etc... e nada aparecia. Os dias foram passando e mais sintomas surgindo: dor de cabeça, queda de cabelo, dores abdominais entre outros. Bem, acabaram descobrindo que o remédio que ela tomava a quase um ano para controlar as convulsões estava provocando tudo. Ela estava tendo boa parte das reações adversas do remédio e o mesmo também não poderia ser retirado de uma vez, só aos poucos. Ela lá sofrendo e eu aqui longe, angustiado junto aos meus pais e demais parentes. A firma onde trabalho anda passando por um momento difícil, aliado a alguns eventos que temos de participar e além do processo de eleição dos cargos eletivos da mesma. Não havia recebido ainda e sofria a distância. Ela por sua vez passava a maior parte do tempo bem, varías vezes conversei com ela nesses dias e parecia normal e sempre me perguntando quando é que eu ia. Mas teve mais algumas convulsões e ausências até essa segunda(18/5). Depois não mais. O remédio ''velho'' (TORVAL CR) já havia sido completamente retirado e mesmo antes já iniciado um tratamento com um substituto (HIDANTAL). Mas os danos causados pelo ''velho'' ainda preocupam. Na terça a noite surgiu a possíbilidade de Hepatite Medicamentosa (causada pelo remédio) mas graças a Deus isso não se confirmou. A febre já havia cedido, diminuiu a queda de cabelos, a dor de cabeça e não teve mais nenhuma convulsão ou ausência. Mas ela continuava com a barriga inchada e dolorida (fígado dilatado, atacado pelo TORVAL), rosto inchado e manchas avermelhadas na pele. Pesquisando na NET, descobri que esse novo remédio TAMBÉM ATACA O FÍGADO E SUAS REAÇÕES ADVERSAS SÃO AINDA PIORES E MAIS DEVASTADORAS do que o antigo. Claro, tenho que estar otimista, ter fé que tudo vai dar certo e ela vai sair logo dessa e estar brincando como qualquer criança normal de 9 anos de idade. Mas o que me intriga é: Sabendo que o paciente está com problemas no fígado, como pode um médico receitar um remédio que ataca o mesmo? Se ela estava usando um que causava um mal a ela PRA QUÊ, POR DEUS, substituir por outro que não vai ajudar, pode até ser que sim em outros fatores, não sou médico. Mas me parece meio ÓBVIO que se colocar outro que ataca um órgão já debilitado, esse órgão vai continuar debilitado. Ontem a noite, 15º dia de internação, por conta de uma nova Ultrasonografia do Fígado, se descobriu que que a dilatação do fígado aumentou, ESTÁ DO TAMANHO DO FÍGADO DE UM ADULTO, e a Vesícula está produzindo o que é chamado de LAMA BILIAR que é o engrossamento da bile (liquido que ajuda na digestão). Partes dessa lama podem se tornar ''CÁLCULOS'', esses são cálculos de colesterol, formados pelo mal funcionamento do Fígado e que PODEM OBSTRUIR A VESÍCULA, sendo indicado nesse caso a RETIRADA CIRÚRGICA DA MESMA. Não que isso vá acontecer, mas é preocupante sem dúvida, ainda mais para quem está longe. Bem, caros amigos, eu já vinha vendendo as cuecas para conseguir levantar uma grana para poder mandar para a mãe dela para despesas extras (graças a Deus minha filhota tem plano de saúde) e para eu poder ir também. Agora que as coisas clarearam um pouco por aqui finalmente posso ir e ficar ao lado dela. Vou amanhã a tarde, poi só consegui passagem para amanhã. Peço aos amigos do fórum que me perdooem por esta loooonga postagem, mas é mesmo um desabafo e peço aos colegas que cuidem bem de suas crianças. Olhem, indaguem, pesquisem, questionem o uso dos medicamentos e saibam para que servem e tentem se informar dos problemas que eles podem ou não causar. Plano de saúde é uma grande ajuda, é um ótimo investimento. Tentarei manter os colegas informados do caso, mas não garanto. De qualquer forma um grande abraço a todos
Júnior
Júnior
Comment