Medir a taxa de compressão, muitos já sabem. Aqui no Fórum existem inclusive tutoriais que mostram isto, porém alguns ainda perguntam quanto tirar do cabeçote para chegar numa determinada taxa de compressão?
O Procedimento correto e que praticamente nenhuma retífica sabe fazer é o seguinte:
Conforme demonstrado na figura 2, O volume Vc1, é o que deve ser modificado, apesar de que a altura de luz, bem como a cilindrada alteram a taxa de forma significativa.
A altura de luz é a folga que deve existir entre a face do pistão em relação à face de montagem da camisa. É medida com o pistão montado no motor, em sua camisa corretamente fixados no bloco, gira-se então o virabrequim até o pistão chegar ao PMS, ou seja o mais para fora possível, coloca-se uma régua de aço, e com a ajuda do calibre de lâminas se mede a distância entre a face do pistão e a superfície de montagem da camisa.
Esta folga evita que o pistão bata no cabeçote mesmo com os componentes dilatados, além de permitir um incremento de turbulência na câmara melhorando o efeito do squish. Considero uma boa “luz”, 1,0mm!
Como ela gera uma folga, gera um volume que deve ser considerado na taxa real de compressão do motor!
O Vc1 pode ser facilmente medido com o cabeçote numa superfície horizontal, tendo sua câmara preenchida de fluído de baixa viscosidade, como água, querosene, ou até um óleo de transmissão automática.
Mede-se o volume exato que coube nesta cavidade da câmara e anota-se o valor!
H1, é uma medida que pode ser obtida, verificando onde a camisa começa a ter um aumento de diâmetro, o qual impossibilitaria sua entrada no cabeçote.
Caso seja apenas um ressalto, o mesmo pode ser facilmente usinado caso necessário como veremos adiante.
H2 é a medida complementar a H1, e mostra qual a profundidade de montagem da camisa. Para termos vedação da camisa no cabeçote (estanqueidade), H2, deverá ser sempre maior que H1 (entre1 e 3 mm em geral).
D é o diâmetro do cilindro. Não serve o nominal do pistão, e muito menos o real do pistão cravado em sua cabeça, pois teremos aí um pequeno erro na verificação da taxa de compressão.
Vamos lá...
A taxa de compressão é calculada da seguinte forma:
tc = (V1 + Vtc)/Vtc;
onde V1 é a cilindrada de apenas um cilindro, e é dada por : 3,1416*D*D*S/4
Costumamos utilizar neste cálculo tudo em cm, portanto se o cilindro tiver exatamente 86,2mm, usamos 8,62cm no cálculo e o curso sendo original (69mm) usamos 6,9cm,
daí a cilindrada unitária será:
V1 = 3,1416* 8,62*8,62*6,9/4 =
V1 = 402,67cm3
Vtc, é o volume total da câmara, e deve considerar o volume do cabeçote, da altura de luz e eventuais cavas ou protuberâncias nos pistões, assim:
Vtc = Vc + VL ± Vpist
onde:
Vc = Vcabeçote (Vc1 ou Vc2 conforme ocaso), e deve ser medido com o líquido conforme comentado acima), digamos que no nosso exemplo, medimos e deu 54cm3
VL = Volume da altura de luz e é calculado da seguinte forma:
VL = 3,1416*D*D*L/4, digamos que estamos usando uma Luz de 1,0mm, portanto em cm será 0,1cm e portanto:
VL = 3,1416*8,62*8,62*0,1/4
VL = 5,84cm3
Vpist é o volume que o formato da cabeça do pistão gera. pode ser positivo ou negativo, daí coloco na fórmula que pode ser mais ou menos, dependerá da forma do pistão.
Pode ser medido, porém caso seja um pistão flat (plano), este volume é zero, simplificando nosso cálculo.
Caso não seja, deve ser medido. Por exemplo, um determinado pistão com cava, tem 4cm3 nesta cava, assim Vpist = 4,0cm3 e deverá ser somado, se fosse cabeçudo, deveria ser subtraído.
Bom, já temos os valores para calcular o Vtc
Vtc = Vc + VL ± Vpist
Vtc = 54 + 5,84 + 4,0 = 63,84cm3
Qual será a taxa então?
tc = (V1 + Vtc)/Vtc
tc = (402,67 + 63,84)/63,84
tc = 7,31
Se quisermos aumentar a taxa para 12:1, qual será o caminho?
Rebaixar o cabeçote!
Quanto?
Primeiramente deveremos calcular o novo Vtc para 12:1!
tc = (V1 + Vtc)/Vtc, portanto:
Vtc = V1/(tc-1)
Vtc = 402,67/(12-1)
Vtc = 402,67/11
Vtc = 36,6cm3
O cabeçote só impacta no valor de Vc, portanto devemos determinar quanto deverá ser o valor de Vc para a taxa de 12:1
Vtc = Vc + VL ± Vpist
36,6 = Vc + 5,84 + 4
Vc = 26,76cm3 (pouco mais de meio copinho de café).
ok!
Pegamos agora este volume (uma seringa de injeção ajuda para definir o volume), colocamos na câmara do cabeçote e teremos exatamente a situação da figura 3
Este volume é o volume Vc2, aí com um paquímetro mede-se a altura U1, que vai desde a superfície do cabeçote (onde a camisa encosta quando montada), até a superfície do líquido. esta medida é o quanto deve ser rebaixado o cabeçote!
Digamos que seja 5,3mm, então para alterar a taxa de 7,3 para 12 neste motor deveremos rebaixar 5,3mm. Sem chutes nem sugestões infundadas de retíficas!
Após definirmos esta medida de rebaixamento U1, deveremos tomar cuidado para ver se a camisa continua sendo montada no cabeçote permitindo vedação correta.
A medida H2 deve ser reavaliada. veja na figura 4 que após o rebaixamento a altura H2 aumentou em relação à figura 2. isto pode ser um problema, pois a camisa somente encaixará caso H1 seja maior que H2. Lembram que comentei que em geral deixamos esta diferença entre 1 e 3 mm (H1 – H2 entre 1 e 3mm), se rebaixamos 5,3mm e tínhamos 3mm de folga a camisa não montará mais!
E agora?
Faceamos o cabeçote. Quanto?
medimos a nova H2 Fig. 4 e determinamos quanto tirar.
A diferença entre H1 e H2 deve ficar no mínimo em 1mm,
Exemplo,
Medimos H1 e H2 e a diferença deu:
H1 – H2 = -2,5mm!!(portanto sem vedação), como queremos pelo menos 1mm, fazemos o seguinte:
U2 = 2,5 + 1,0 (2,5 que apareceu negativo na conta acima + 1,0mm que é a folga mínima recomendada), assim
U2 = 3,5mm, que é o faceamento mínimo a ser feito para a camisa ser montada.
Desta forma a câmara do cabeçote bem como a região onde a camisa ficará montada no cabeçote Fig. 5.
Nesta operação, pode acontecer de perdermos 1 ou 2 aletas do cabeçote (no modelo antigo de 8 aletas), mas nada que chegue a atrapalhar.
E no máximo 1 no cabeçote moderno de 6 aletas.
O Procedimento correto e que praticamente nenhuma retífica sabe fazer é o seguinte:
Conforme demonstrado na figura 2, O volume Vc1, é o que deve ser modificado, apesar de que a altura de luz, bem como a cilindrada alteram a taxa de forma significativa.
A altura de luz é a folga que deve existir entre a face do pistão em relação à face de montagem da camisa. É medida com o pistão montado no motor, em sua camisa corretamente fixados no bloco, gira-se então o virabrequim até o pistão chegar ao PMS, ou seja o mais para fora possível, coloca-se uma régua de aço, e com a ajuda do calibre de lâminas se mede a distância entre a face do pistão e a superfície de montagem da camisa.
Esta folga evita que o pistão bata no cabeçote mesmo com os componentes dilatados, além de permitir um incremento de turbulência na câmara melhorando o efeito do squish. Considero uma boa “luz”, 1,0mm!
Como ela gera uma folga, gera um volume que deve ser considerado na taxa real de compressão do motor!
O Vc1 pode ser facilmente medido com o cabeçote numa superfície horizontal, tendo sua câmara preenchida de fluído de baixa viscosidade, como água, querosene, ou até um óleo de transmissão automática.
Mede-se o volume exato que coube nesta cavidade da câmara e anota-se o valor!
H1, é uma medida que pode ser obtida, verificando onde a camisa começa a ter um aumento de diâmetro, o qual impossibilitaria sua entrada no cabeçote.
Caso seja apenas um ressalto, o mesmo pode ser facilmente usinado caso necessário como veremos adiante.
H2 é a medida complementar a H1, e mostra qual a profundidade de montagem da camisa. Para termos vedação da camisa no cabeçote (estanqueidade), H2, deverá ser sempre maior que H1 (entre1 e 3 mm em geral).
D é o diâmetro do cilindro. Não serve o nominal do pistão, e muito menos o real do pistão cravado em sua cabeça, pois teremos aí um pequeno erro na verificação da taxa de compressão.
Vamos lá...
A taxa de compressão é calculada da seguinte forma:
tc = (V1 + Vtc)/Vtc;
onde V1 é a cilindrada de apenas um cilindro, e é dada por : 3,1416*D*D*S/4
Costumamos utilizar neste cálculo tudo em cm, portanto se o cilindro tiver exatamente 86,2mm, usamos 8,62cm no cálculo e o curso sendo original (69mm) usamos 6,9cm,
daí a cilindrada unitária será:
V1 = 3,1416* 8,62*8,62*6,9/4 =
V1 = 402,67cm3
Vtc, é o volume total da câmara, e deve considerar o volume do cabeçote, da altura de luz e eventuais cavas ou protuberâncias nos pistões, assim:
Vtc = Vc + VL ± Vpist
onde:
Vc = Vcabeçote (Vc1 ou Vc2 conforme ocaso), e deve ser medido com o líquido conforme comentado acima), digamos que no nosso exemplo, medimos e deu 54cm3
VL = Volume da altura de luz e é calculado da seguinte forma:
VL = 3,1416*D*D*L/4, digamos que estamos usando uma Luz de 1,0mm, portanto em cm será 0,1cm e portanto:
VL = 3,1416*8,62*8,62*0,1/4
VL = 5,84cm3
Vpist é o volume que o formato da cabeça do pistão gera. pode ser positivo ou negativo, daí coloco na fórmula que pode ser mais ou menos, dependerá da forma do pistão.
Pode ser medido, porém caso seja um pistão flat (plano), este volume é zero, simplificando nosso cálculo.
Caso não seja, deve ser medido. Por exemplo, um determinado pistão com cava, tem 4cm3 nesta cava, assim Vpist = 4,0cm3 e deverá ser somado, se fosse cabeçudo, deveria ser subtraído.
Bom, já temos os valores para calcular o Vtc
Vtc = Vc + VL ± Vpist
Vtc = 54 + 5,84 + 4,0 = 63,84cm3
Qual será a taxa então?
tc = (V1 + Vtc)/Vtc
tc = (402,67 + 63,84)/63,84
tc = 7,31
Se quisermos aumentar a taxa para 12:1, qual será o caminho?
Rebaixar o cabeçote!
Quanto?
Primeiramente deveremos calcular o novo Vtc para 12:1!
tc = (V1 + Vtc)/Vtc, portanto:
Vtc = V1/(tc-1)
Vtc = 402,67/(12-1)
Vtc = 402,67/11
Vtc = 36,6cm3
O cabeçote só impacta no valor de Vc, portanto devemos determinar quanto deverá ser o valor de Vc para a taxa de 12:1
Vtc = Vc + VL ± Vpist
36,6 = Vc + 5,84 + 4
Vc = 26,76cm3 (pouco mais de meio copinho de café).
ok!
Pegamos agora este volume (uma seringa de injeção ajuda para definir o volume), colocamos na câmara do cabeçote e teremos exatamente a situação da figura 3
Este volume é o volume Vc2, aí com um paquímetro mede-se a altura U1, que vai desde a superfície do cabeçote (onde a camisa encosta quando montada), até a superfície do líquido. esta medida é o quanto deve ser rebaixado o cabeçote!
Digamos que seja 5,3mm, então para alterar a taxa de 7,3 para 12 neste motor deveremos rebaixar 5,3mm. Sem chutes nem sugestões infundadas de retíficas!
Após definirmos esta medida de rebaixamento U1, deveremos tomar cuidado para ver se a camisa continua sendo montada no cabeçote permitindo vedação correta.
A medida H2 deve ser reavaliada. veja na figura 4 que após o rebaixamento a altura H2 aumentou em relação à figura 2. isto pode ser um problema, pois a camisa somente encaixará caso H1 seja maior que H2. Lembram que comentei que em geral deixamos esta diferença entre 1 e 3 mm (H1 – H2 entre 1 e 3mm), se rebaixamos 5,3mm e tínhamos 3mm de folga a camisa não montará mais!
E agora?
Faceamos o cabeçote. Quanto?
medimos a nova H2 Fig. 4 e determinamos quanto tirar.
A diferença entre H1 e H2 deve ficar no mínimo em 1mm,
Exemplo,
Medimos H1 e H2 e a diferença deu:
H1 – H2 = -2,5mm!!(portanto sem vedação), como queremos pelo menos 1mm, fazemos o seguinte:
U2 = 2,5 + 1,0 (2,5 que apareceu negativo na conta acima + 1,0mm que é a folga mínima recomendada), assim
U2 = 3,5mm, que é o faceamento mínimo a ser feito para a camisa ser montada.
Desta forma a câmara do cabeçote bem como a região onde a camisa ficará montada no cabeçote Fig. 5.
Nesta operação, pode acontecer de perdermos 1 ou 2 aletas do cabeçote (no modelo antigo de 8 aletas), mas nada que chegue a atrapalhar.
E no máximo 1 no cabeçote moderno de 6 aletas.
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